1.29.2009

Sabes-me a pó...

Dei duas voltas à chave e a tranca soltou-se com força. Mandei calar o pó que dançava no ar e estagnei, para sentir com atenção. Procuro cá dentro. Nos caixotes do peito! Mas não te encontro. Dei com eles vazios. Nem uma gota de ti! Revirei-me à tua procura mas só ouvi a sombra do eco vincada nas dobras.
Desapareceste!
Mudaste-te!
Já não cheira a ti...
Nem um bocadinho!
Na gaveta do fundo achei as canetas com que te escrevia!
Ficaram esquecidas e secas de vontade. Já não sabem escrever.
Já não lhes sabes...


Nem a mim!

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