
A nova decoração da galeria vem a propósito da apresentação do projecto nacional Underdogs, "uma plataforma para a arte urbana e para a cultura visual", diz Vera Cortês, a directora do espaço. "A ideia não foi criar um colectivo, mas sim gerar sinergias entre artistas nacionais e internacionais e torná-los acessíveis a vários públicos", continua. "Existem vários estereótipos na arte urbana e a maior parte deles devem-se à falta de informação."
Para acabar com os preconceitos na arte urbana, Vera Cortês juntou-se a Alexandre Farto, artista representado pela sua galeria desde 2005, e os dois pensaram no projecto Underdogs, que envolve um site com uma loja, um livro (só será lançado a 17 de Dezembro) e exposições - como a que estará até 15 de Janeiro na galeria Vera Cortês. "Para lançar a plataforma, decidimos fazer esta mostra dentro da agência, mas não é obrigatório que seja sempre em Portugal ou indoors", diz Vera. "Ainda está tudo em aberto."
Foi Alexandre quem escolheu os nove artistas (além dele) que apresentam o seu trabalho nesta primeira fase do projecto. "Já os conhecia a todos e alguns, como o Mar, o Ram e o Obey, influenciaram muito o meu trabalho", diz. "Houve uma preocupação em escolher artistas com diferentes abordagens [fotografia, graffiti, stencil e escultura] mas também com uma cadência. Por exemplo, o Obey foi um dos primeiros a pintar em Portugal, mas o Kusca já tem uma linguagem mais próxima da arte contemporânea."
Ao mesmo tempo que a exposição é inaugurada, às 22h00 de hoje, o site do projecto Underdogs - www.under-dogs.net - estará disponível online. "Vai ter um perfil dos artistas e também imagens do trabalho de cada um", adianta Alexandre. Além disso, terá uma loja onde, entre outras coisas, se podem comprar serigrafias do trabalho de Vhils, Mar e Mais Menos e de sete artistas internacionais como Sam3 e Blu (que este ano pintaram na Avenida Fontes Pereira de Melo, em Lisboa). "É uma parceria com o estúdio londrino ''Picture on The Walls''", explica Vera. "Escolhemos uma série de prints de artistas deles e vendemos aqui. A ideia é que se vão lançando várias edições porque nem toda a gente consegue comprar os trabalhos originais." Alexandre reforça a ideia: "O público que acompanha este tipo de arte tem até 30 anos e pouco dinheiro. Assim pode pendurar coisas nossas nas paredes de casa."
in Jornal "i"
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